“...como uma criança nos braços de seu pai.” – o
dom do temor de Deus na audiência geral em que o Papa apelou contra a
exploração do trabalho infantil
Tema da catequese o dom do temor de Deus.
“O dom do temor de Deus, de que falamos hoje,
conclui a série dos sete dons do Espírito Santo.”
Este dom não significa ter medo de Deus…
“O temor de Deus, pelo contrário, é o dom do
Espírito que nos recorda quanto somos pequenos perante Deus e perante o seu
amor e que o nosso bem está no abandonarmo-nos com humildade, respeito e
confiança na suas mãos.”
Diante de Deus – continuou o Papa Francisco –
sentimo-nos tão pequenos que, por nós mesmos, somos incapazes de assegurar a
felicidade e a vida eterna. A única solução é abandonar-nos, com humildade,
respeito e confiança, nas suas mãos.
“… como faz uma criança nos braços de seu pai. “
“Eis porque temos tanta necessidade deste dom do
Espírito Santo. O temor de Deus faz-nos tomar consciência que tudo vem da
graça, de que a nossa verdadeira força está unicamente no seguir o Senhor Jesus
e no deixar que o pai possa verter sobre nós a sua bondade e a sua
misericórdia.”
Este dom do Espírito Santo ajuda a reconhecermo-nos
como filhos infinitamente amados e, ao mesmo tempo, consolida a nossa confiança
e a nossa fé, porque nos faz ver como a nossa vida está nas mãos de Deus –
sublinhou o Papa Francisco que afirmou este dom do Espírito Santo como um
“alarme” para quando uma pessoa vive no pecado, quando explora os outros,
quando vive só para o dinheiro e a vaidade. O temor de Deus lança o alerta:
“Cuidado! Assim não serás feliz, assim acabarás mal! – afirmou o Papa
Francisco.
O Santo Padre apontou, a propósito, todos aqueles
que vivem envolvidos pelo dinheiro, o orgulho, o poder e a vaidade que não têm
temor de Deus e recordou todos aqueles que vivem do tráfico de pessoas, do
trabalho escravo e do fabrico de armas, pedindo a Deus para que os faça
compreender que um dia tudo acaba e deverão prestar contas a Deus.
No final da catequese o Santo Padre saudou também
os peregrinos de língua portuguesa:
“De coração saúdo todos os peregrinos de língua
portuguesa, nomeadamente os grupos brasileiros das paróquias de São Judas Tadeu
e Nossa Senhora do Patrocínio. Sede bem-vindos! Não nos cansemos de vigiar
sobre os nossos pensamentos e atitudes para podermos saborear desde já a
ternura e o esplendor do rosto da Santíssima Trindade – Pai, Filho e Espírito
Santo – que havemos de contemplar em toda a sua beleza na vida eterna. Desça,
generosa, a sua Bênção sobre cada um de vós e vossas famílias.”
No final da audiência o Santo Padre lançou um apelo
contra o trabalho infantil e todo o tipo de abusos e exploração dos menores:
“Amanhã, 12 de junho, celebra-se a Jornada mundial
contra a exploração do trabalho infantil. Dezenas de milhões de crianças são
obrigadas a trabalhar em condições degradantes, expostas a formas de escravidão
e de exploração, como também a abusos, maus tratos e discriminações.”
“Desejo vivamente que a Comunidade Internacional
possa estender a proteção social dos menores para debelar esta praga. Renovamos
todos o nosso empenho, em particular as famílias, para garantir a cada menino e
menina a salvaguarda da sua dignidade e a possibilidade de um crescimento são.
Uma infância serena permite às crianças olhar com confiança a vida e o futuro.”
Fonte; rádio vaticano